"Que sejam infinitas as lembranças dos momentos vividos, dos sorrisos vistos e das paixões sentidas. Finita seja a dor, a angústia e o medo. Infinitos sejam os sonhos, a fé e a coragem. Que o amor seja infinitamente maior do que qualquer fruto de nossa finita-mente."

sábado, 21 de março de 2015

Às vezes o amor dá dessas

Se fechar meus olhos sou capaz de sentir sua respiração em minha nuca, suas mãos em minha cintura e logo depois a sua boca na minha. E então sinto uma lágrima escorrer. Aceitei minha tristeza, me torno mais forte a cada dia longe de você. A vida anda me fazendo ver o quanto eu ainda preciso aprender.
Ainda vejo seu sorriso todas as vezes em que penso em desistir. Revivo nossos momentos e rezo pra que encontre alguém que me dê momentos como aqueles, e que permaneça como você não permaneceu. Não te culpo, as vezes o amor dá dessas, ele desiste e então recomeça em outro lugar com outra pessoa e em outro momento.
Só queria que soubesse que sinto sua falta.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

E nunca se esqueça: ame-se em primeiro lugar, porque por mais que você ame outra pessoa, vocês nunca serão um só. Seja feliz sem depender de alguém, não culpe o amor pela falta de coragem das pessoas que não sabem amar e não sabem dar valor ao amor que você dá a elas. Alguém muito importante costuma sempre me dizer: Nada é nosso, ninguém é de ninguém e nada é para sempre. Quem dera a minha ingenuidade, que teimosa, me faz acreditar no contrário, quem dera ela fosse a essência mais importante e fizesse com que a verdade fosse outra. Quem dera as pessoas amassem mais, quem dera não haver mentiras.

sábado, 10 de agosto de 2013

Adeus olhos bonitos

    Você vai chorar e se esgoelar (como minha mãe diz) por alguns dias, até se acostumar com a dor. E então você vai ficar bem, a dor vai continuar lá, mas você vai estar habituado à ela. Aprendi na raça que a sua felicidade tem que depender apenas de você mesmo, e que dores infinitas apenas possuem fins desconhecidos. De certa forma, depois de tanto aprender no erro, eu tô acertando o jeito de sofrer agora. Eu entendi que quanto mais você renegar a dor e quanto mais medo você tiver de sofrer, mais você sofrerá. É uma questão de aceitação. Mas nem sempre é fácil aceitar as coisas, é eu sei. Ainda não aceitei os fatos que mais uma vez viraram minha vida de ponta cabeça assim, tipo do nada mesmo. Minha mãe vai ler esse texto e pensar "Menina você se expõem demais", já cansei de a ouvir dizendo isso com aquela cara de menina-não-faça-isso-você-vai-se-arrepender, e eu sempre tenho que me explicar de novo pra ela continuar não entendendo. Desde pequena eu nunca consegui segurar um choro, por qualquer motivo que fosse, conter minhas lágrimas era(e ainda é) tipo uma missão impossível. Uma amiga uma vez disse que sou como um livro aberto, basta você querer ler. E é como se eu tivesse um daqueles letreiros piscantes no meio da testa que volta e meia diz "ela está tão triste que o peito se aperta de tal forma que a faz perder o ar", mas dai se olhar bem ela vai estar sorrindo, porque é isso que as pessoas acham que se deve fazer quando se sofre e, às vezes ela faz, para assim evitar perguntas ou pena. As pessoas costumam associar pessoas fortes com sorrisos "falsos", mas na verdade ser forte é assumir o seu sofrimento e passar por cima dele de cabeça erguida.

    Eu nunca tive medo de dizer o que se passa aqui dentro, de dizer "olha estou sofrendo por amor/ódio/saudade/medo/fome/nada". Nunca tive medo de dizer "eu te amo", ou no momento: "eu te odeio com todas as minhas forças por ter sido o quase-amor-da-minha-vida e agora ser o cara-mais-idiota-da-face-da-minha-terra". O que minha mãe não entende é que eu não me importo se as pessoas sabem da verdade, não me importo com o que falam ou pensam de mim porque eu sou assim, transparente. E foi por isso que quando vi pela última vez aqueles olhos bonitos vermelhos e cheios de lágrimas me olhando com  cara de eu-sinto-muito-por-te-fazer-me-odiar-e-sofrer-tanto eu quis socar a cara dele e gritar pra quem quisesse ouvir que eu o odeio da mesma forma que o amo, mas eu contive meu choro até desmoronar nos braços de alguém que me disse que tudo ia ficar bem. Mas ainda não ficou, porque ainda lembro daqueles olhos bonitos naquela parada de flashback que acontece de uma forma que nem se eu implorar para que meu cérebro pare, simplesmente ele continua. Aqueles olhos bonitos depois do primeiro beijo, aqueles olhos bonitos na cama de noite, de tarde, de manhã cheios de remela, aqueles olhos bonitos acompanhados da cara de sexy, aqueles olhos bonitos me olhando...

    Ainda to na fase de aceitação da dor, ou melhor, aceitação de que nada faz sentido pra mim e que como assim tudo já acabou? Porque raios desistir de tudo pareceu mais fácil? Porra, porque porque porque porque...Aqueles olhos bonitos disseram que me amavam do mesmo jeito que eu os amava, aqueles olhos bonitos disseram que ia durar. Aqueles olhos bonitos mentiram!

    Dormir faz bem sabia? O problema é acordar e se dar conta dessa realidade de merda e ridícula que te colocaram. E hoje a realidade veio com tudo, trazendo a saudade junto e a lembrança de como era acordar com aqueles olhos bonitos do meu lado juntamente com aqueles braços compridos ao meu redor e todo o resto. Ela trouxe tudo isso pra depois dizer "Olha...gostou? Sim né. Pois é, nunca mais...". Merda merda merda merda merda. Bate um desespero, uma agonia...mas o que eu posso fazer? Aceitar que aqueles olhos bonitos já não vão mais me olhar do mesmo jeito e que aqueles olhos bonitos vão encontrar outros olhos bonitos e não vão ser os meus olhos tristes porque acabou. E como é triste repetir "acabou acabou acabou acabou", parece que quanto mais você repete maior é o vazio que aqueles olhos bonitos deixaram dentro de você.

    Eu imaginei um futuro bonito com aqueles olhos bonitos, eu acreditei demais e sonhei demais. Mas eu vou ficar bem, e vou encontrar outros olhos bonitos que vão ser os meus olhos bonitos e ai sim eu não vou ter medo de deixar minha felicidade depender de outra pessoa porque essa pessoa vai ser minha tipo pro-resto-da-minha-vida-e-pro-que-vier-depois-também.


(Texto sem revisões, sem possíveis ou necessárias edições)

segunda-feira, 15 de julho de 2013

De orelha a orelha


"— Me dê um sorriso?
Em meio as lágrimas ela respondeu baixinho: — Não quero...
— Vamos, me dê um sorriso. Por favor.
    E ele, numa tentativa de fazer graça - como sempre faz até conseguir que ela ria sem nem ao menos perceber - começou com pequenos beijos em seu pescoço, bochechas, queixo, testa, a pontinha do nariz dela, o que normalmente a faz reclamar porque lhe dá vontade de espirrar, mas nesse momento sem perceber o cantinho de seus lábios se ergueram para o que aparentava ser o começo de um sorriso. E quando os seus lábios encostaram nos dela, o sorriso se abriu daquele jeito que se imagina quando dizem "era um sorriso de orelha a orelha". A partir daí os olhos que se encontraram eram parceiros de longa data, mas apenas em momentos como esse se tornavam um do outro, únicos e incomparáveis. E o que foi dito ali ela nunca esquecerá. Foram as palavras mais bonitas e sinceras que já haviam dito à ela, por isso resolveu guardá-las bem longe dos olhares curiosos (ou até mesmo invejosos, vai saber). Bastava aos demais saberem que ele era dela, e ela só era completa ao lado dele."



quarta-feira, 26 de junho de 2013

Chuva


    A chuva cai lá fora e hoje me trouxe a solidão. Há tanto tempo não a vejo, quase esqueci como é que ela se comporta. Ouço cada pingo cair e se chocar contra o chão, feito a água do chuveiro quente que me fez pensar em uma vida inteira hoje. Há dias venho esperando a inspiração, mesmo com vontade de escrever, esperei até que as palavras saíssem assim, sem pressa. Nunca gostei de dias chuvosos, até que percebi que eles se tornam lindos com cobertores, abraços, beijos e uma bebida quente. Caso contrário, me perco numa solidão chata que faz pensar em todos os pontos errados da vida, do dia a dia. Então me diz, por que você anda assim tão distante? Parece que vivemos em órbitas diferentes, a sua sempre dois passos a frente. De longe tão fria e escura, mas quando vista de perto é quente, quase tão quente quanto um dia de verão, e tão segura! Não entendo essa visão, me faz sentir confusa e perdida. Eu nunca sei qual lado verei, o quente ou o frio. Indiferente, talvez seja o de hoje. Prefiro quando diz que sente minha falta na sua cama, pra abraçar e dormir mais tranquilo. Mas, eu me pergunto, quase que o tempo todo, qual será o seu lado que vai prevalecer daqui um dia, um mês, um ano - eu nunca sei o que esperar. E fico esperando você me mostrar qual desses lados será o da vez, parece às vezes que você tem medo de mostrar aquele lado bom que tanto gosto, mas por que você não me diz? Não consigo te decifrar, você é quase como um código impossível, ou muito difícil para meu intelecto. E isso me frustra às vezes, mas eu sei, eu sei que a culpa não é sua. É que sinto falta dos dias quentes quase todos os dias, e quando eles chegam percebo o quanto o brilho do seu olhar é perfeito. Me amolece as pernas, braços, mãos, pés - e meu coração que já é meio mole também - me faz doce feito o seu bolo de fubá com paçoca e leite condensado. 

    Mexendo aqui e revirando ali, encontrei seu antigo blog. Sempre me sinto péssima quando leio o texto que fala sobre mim. Naquele tempo éramos tão diferentes, amadurecemos tanto e olha onde estamos hoje. Parece que a história do ensino médio teve um final feliz, um final onde começou outra história. Dessa vez é a história da vida mesmo e gostaria tanto de saber se vai ter um final feliz também. Aliás, nunca gostei de finais tristes, seja um livro ou um filme ou qualquer outro tipo de história, se o final for triste já não me agrada mais. Na verdade, não gosto de finais. Quero dizer, quando gosto de algo quero que não tenha fim. Porém, aprendi que todo final também é um novo começo. E começar algo é sempre um novo frio na barriga, uma nova sensação. 

    A saudade de certas coisas do passado dá vontade de voltar no tempo. Voltar no tempo e mudar certos erros. Mas se foram dos meus erros que me tornei o que sou hoje, será que valeria a pena mudar o que já passou? É como fazer uma daquelas pirâmides de cartas, se mudar uma de lugar todo o resto estará perdido. Daí resolvo me desprender do que passou, mas de nada adianta, porquê me prendo ao que virá. Será que não consigo viver um dia de cada vez sem que meus pensamentos me encham de perguntas sem respostas? 

    Enquanto a água tocava minha pele, a brisa gelada entrava pela janela do banheiro me fazendo arrepiar e o barulho da chuva constante ecoava até meus ouvidos, eu viajava de lá pra cá presa a um turbilhão de sentimentos e pensamentos um tanto quanto irritantes. Fechei o chuveiro e deixei tudo o que me incomodava escorrer ralo adentro. Entretanto algo me fazia ficar atenta ao barulho da chuva, como se ela quisesse me dizer alguma coisa. Como se me alertasse de que há algo errado, vai entender a intuição, bobagem não é?

    Noite passada, mais uma vez, tive sonhos turbulentos. O que será que isso quer dizer? A pergunta que não se cala, que me intriga e me desconcerta. Viver no meio de dúvidas e incertezas anda me deixando fora de órbita. E por falar em órbita, porque é que você não percebe que ando precisando da confirmação que eu não posso dar a mim? Vem cá, senta aqui e me conta porquê é que você se faz assim? De difícil, talvez. Não sou boba não meu rapaz, meu coração precisa do seu, mas não são um só. Eu ainda sou eu, aqui sozinha escrevendo o que me vem à mente, e você ainda é você, ai na sua cama num sono profundo e quente debaixo dos edredons que você coloca até cobrir a pontinha do meu nariz. Se for problema, diz. Se for bobeira minha, ri. Mas se for enjoo de tanto amor que insisto em querer de você e dar à você, me dê seu silêncio. Estou certa de que causará menos feridas. Mas, vem cá garoto, que insiste em ser o homem quase que o tempo todo, me conta sobre seu dia e sobre o que cada coisa te faz sentir. Eu que sou tão sentimental e você tão racional, de alguma forma no final das contas a gente se completa. 

    Eita, o nó na garganta chegou. É agora que a companheira da chuva me ataca, sólida e sempre dura demais pra mim. A solidão de uma noite do inverno que mal chegou, ela sim - mesmo que momentânea - me deixa assim, um rosto sem sorrir. E eu que gosto tanto de sorrir, que minha mãe diz que fui a criança mais feliz que já viu, sem sorrir sou apenas um rosto sem vida, daqueles que vejo pelas ruas da cidade e me dá tristeza se olhar nos olhos. Há muita solidão no mundo, a que é aceita sem reclamar por estar habituado a lidar com ela, a que traz tristeza ao que antes era companheirismo e alegria, e a minha, a que incomoda até que você chegue e me aperte em um abraço seguro contra qualquer coisa que me incomode. 

    Percebi que não quero terminar esse texto, é que depois de tantos dias preto e branco sem conseguir pôr pra fora tudo isso, me encontro em frenesi total. A sensação de escrever palavra por palavra sem ter vontade de parar, e contar e dizer e soltar e viver cada sentimento. Porém a chuva me pede descanso também, justamente quando aquela música começa a tocar, aquela que você me fez escutar um dia deitado ao meu lado, ela que me fez chorar como nunca antes quando um dia por um erro e tantos mais que me fizeram pensar que tinha te perdido pra sempre ou, sei lá por uma vida inteira. "E eu sempre tenho muito mais a dizer, mas o vento e o tempo vão encontrar algum motivo para explicar minhas escolhas. I will take everything in this life"

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Palavras amontoadas

    Daí você percebe que tá faltando alguma coisa. Mais uma vez devo ter me perdido na monotonia, porque nem meus sentimentos resolvem se manifestar. Palavras saem de mim com vida quando as tenho defendendo algum tipo de sentimento, caso contrário são apenas grupos de letras amontoados. Mal sinal, sinal de que falta algo. Falta algo para dizer, falta algo para sentir. Falta algo em mim, mas ninguém vê. Falta a palavra que completa a minha frase, sabe-se lá o que mais falta. Faltam tantas coisas e sobram tantas mais. Queria eu poder saber mais, queria eu poder arrancar essas interrogações que fazem dos meus dias uma guerra pensante. Eu ando nas ruas sem estar nelas, eu escuto as pessoas sem realmente ouvi-las, como num sonho flutuante, não sinto meus pês tocarem o chão e isso não é propriamente bom, apesar do costume de se achar bom viver um pouco fora da realidade. Sabe-se lá porque me sinto assim, falta um pouco mais de mim em mim. Falta um pouco mais do eu sou, e um pouco mais do quero ser. Preciso me encontrar por aí, antes que me perca por aqui.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Desapego



    Decidi pedir socorro. Como é que se lida com todos esses sentimentos pesados? Mantenho o controle a maior parte do tempo, segurando firme as pontas e mantendo a cabeça erguida. Ah, se todos soubessem o tanto de coisas que sou capaz de pensar e sentir em um milésimo de segundo! Se escorrego, mesmo que um pouquinho, já sou tomada por algum deles que me provoca efeitos e feitos imprevisíveis. 

    "Torno tudo tão intenso para suportar o mundo…Mas aí fica insuportável.", tá ai uma frase que descreve uma parte do que sou. Tem dias que dá aquela vontade de parar no tempo, ouvir uma música sozinha e cantá-la bem alto, sem medo de que alguém possa te ouvir. Curtir ali o lado bom, e às vezes necessário, da solidão. Andar pelas ruas descalço e de pijama, sem medo de que te julguem por isso. Olhar pro céu e, simplesmente, não pensar em nada. Não se preocupar, não se lembrar ou planejar. Dá vontade de sair do mundo, ir pra outro lugar, mais seguro. E se desprender de tudo, se libertar das pessoas, das coisas, da rotina, do dia-a-dia. Andar sem rumo, sem pressa, com calma. Viver cada segundo de cada minuto. Sorrir sem ter porque.

    Se apegar demais é perigoso, um caminho sem volta. Um abismo, onde o fim nunca é previsível. Quando se der conta faltarão alguns centímetros pra você quebrar toda sua cara, todo o seu corpo contra a realidade dura do chão. E porque é que a gente têm sempre que ir pelo caminho mais difícil? Não pode ter o meio termo? Talvez um caminho pequenino, sem uma bela vista ou com o chão meio esburacado, mas com mais segurança, ou apenas saber que a volta é garantida. Se apegar é fácil, quando você menos espera já não pode viver sem isso ou àquilo. É intenso, provocante, charmoso, lindo demais, chega a dar arrepios. É simples e rápido, afinal é o que a maioria quer não é? Simples e rápido, sem complicações, sem enrolações. É pá, pum! Pum mesmo é quando você vê que isso de se apegar não tem nada de bonito quando têm que se colocar o 'des' antes do 'apegar'. Do dicionário: Largar; soltar-se; desagarrar-se. Se até o dicionário sabe, porque é que é tão difícil?

    Queria me desprender, me libertar. Me renovar de vícios, manias, gostos, pessoas...PESSOAS. Aquele que traz o seu melhor sorriso, também é aquele que pode de te trazer a pior lágrima. O pior é que todo mundo sabe disso, mas e daí? Vamos viver o momento, não é? (Não!) Palmas para aqueles que, dizem, não se apegar facilmente. Poderiam abrir uma escola, "Desapegue-se aqui!". Eu seria a primeira da fila de matrícula. 

Ouvir


    Fechei os olhos e dei toda a atenção aos meus ouvidos. Ouvi meus pensamentos, sempre barulhentos e falantes demais. Tão rápidos que às vezes mal consigo entende-los. Ao longe podia-se ouvir buzinas e carros andando pelas ruas escuras e gélidas daquela madrugada. Ouvi minha respiração, e a dele também. Sem abrir os olhos e concentrada apenas nele, desenhei mentalmente o desenho de seu rosto. Olhos, nariz, boca e todos os mínimos detalhes que eu nunca me esquecerei. Senti, como de costume, a tranquilidade de seu sono tomar conta de mim. Abri meu livro de recordações, e escolhi algumas. Podia ouvir sua voz em minha cabeça enquanto revivia as cenas escolhidas. As lembranças se tornavam mais fortes, assim como o desejo, já costumeiro. O desejo de querer sempre mais uma dose daquilo que lhe completa. É como ler seu livro favorito, quanto mais você vira as páginas, mais páginas quer que tenha.

    Seus braços me puxaram pra mais perto de seu corpo,  e então podia não só ouvir, mas sentir sua respiração contra o meu pescoço. Suspirei e entendi que ali era o melhor lugar do mundo. Talvez um porto seguro, tão seguro que nada poderia me atingir ali. Como se ouvisse meus pensamentos deu um leve beijo em meu rosto e continuou dormindo.

    Eu e minha mania de dar asas a imaginação antes de dormir, faz perder o sono e acordar todo e qualquer sentimento guardado ou esquecido. Fechei meus olhos e depois de fechar meu livro de recordações desejei ouvir sua respiração agora só pra que pudesse me sentir segura enquanto vago pelo mundo dos sonhos esta noite.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Eu aprendi que:


    Não importa quanto amor você tenha guardado no peito, se você não demonstrá-lo todo dia não valerá de nada. Não precisa ser sangue do mesmo sangue pra chamar de família, porque às vezes um amigo te conhece muito mais que um parente. Não diga algo que não acredita mesmo se o nervoso tomar conta de você, uma palavra machuca mais que um tapa na cara. Você não deve deixar de lado os seus princípios, suas escolhas e suas oportunidades porque não concordam com você, não importa quem seja, ninguém é dono de ninguém. Sua atitude pode até parecer pequena, mas é ela que forma o que você realmente é. Ninguém é mais certo que ninguém, por isso existe aquela frase "Respeite as diferenças". Respeito é o item mais importante no caráter de uma pessoa. Dê valor à quem te ama, quem te suporta nos dias ruins, quem te dá o ombro pra chorar sem pedir nada em troca, quem te escuta quando você precisa simplesmente falar. Dê valor pra quem está do teu lado, você não sabe o dia de amanhã. Sempre diga o que sente, não espere o tempo passar. Por mais que tenha medo, mesmo que te faça sofrer, se arrepender do que não fez é muito pior. Seja verdadeiro, sincero, se algum dia algo acontecer pelo menos a confiança não estará perdida. Tenha fé no que acredita, corra atrás do que você quer porque ninguém pode fazer isso por você. Seja melhor a cada dia, mas seja melhor por você, por ninguém mais. E tenha sempre em mente, que se hoje não deu certo amanhã pode ser que dê.

Por: Bruna Cerboncini



domingo, 3 de março de 2013

Fora do ar



    Ele dizia algo olhando pra mim. Era tão natural a maneira que me olhava. Falava comigo com os olhos fixos aos meus. Tão bonito! Senti meus ouvidos ensurdecerem, tornou-se silêncio puro apesar de saber que havia uma tv ligada ao lado e pessoas rindo e conversando por perto. Pensei que deveria estar ouvindo o que ele falava, mas não conseguia. O som dos meus batimentos cardíacos e de meus pensamentos eram as únicas coisas que conseguia ouvir. Seus lábios moviam-se rapidamente e tive um súbito desejo de beija-lo. Seu beijo é doce e calmo quando quer me deixar sem fala. Quente quando quer me enlouquecer. Me deixa sem ter o que dizer, daí solta um sorriso maroto e me olha como se soubesse que aquele olhar me deixa mais muda ainda. Certo que já beijei e me apaixonei por outros caras, nenhum beijo, nenhum toque, nenhum homem me fez perder o ar do jeito que ele faz sem nem ao menos precisar se esforçar. 


    Subi meu olhar de sua boca a suas sobrancelhas com seu desenho perfeito e encantador. Os olhos que me hipnotizam, naqueles milésimos de segundos em que me perdi em meus pensamentos, não saiam da linha de encontro aos meus. De repente me peguei pensando "Como ele consegue ser tão lindo?". E ao mesmo tempo que as palavras surgiram em minha mente tive vontade de dize-las. E as disse. Surpreso demais para saber o que dizer, apenas sorriu. Me fez querer te-lo para sempre, mas nessa história de para sempre eu não penso mais. Se tiver de ser, será. "Que seja eterno enquanto dure", apenas.